Museu Jeca Tatu

Museu Jeca Tatu

Localizado em Itabirito/MG, com entrada na BR-356, caminho que leva a Ouro Preto para aqueles que saem de Belo Horizonte, está o Museu Jeca Tatu: antiguidades das mais variadas para se desbravar enquanto come seu famoso pastel da angu, vendido em uma lanchonete dentro do próprio lugar. Alguns podem julgar como um acúmulo de quinquilharias a céu aberto, mas aqueles que estiverem abertos a apreciar as peculiaridades desse jeito propositalmente desorganizado de contar história vão se identificar – e muito – com um ou vários itens desse acervos que, visualmente, soa quase infinito.

Museu Jeca Tatu

“Brasil, seu remédio é a arte”, placa que pode ser vista na BR-356

Museu Jeca Tatu

Entrada do Museu

Museu Jeca Tatu

Placa indicando a direção da Lanchonete, Cinema e Circo

Placas, discos, vitrolas, máquinas de escrever, geladeiras, artigos de jornal e revista, brinquedos, fotografias, itens de decoração, utensílios domésticos, instrumentos musicais, guarda-chuvas, móveis, telefones, maquetes, relógios, objetos de arte, meios de transporte, moedas… Eu poderia ficar um eternidade citando tudo o que você pode encontrar por lá e tenho certeza que, ainda assim, não ia conseguir. O que muitas vezes é considerado lixo se jogado na rua, vindo de qualquer outro tempo que não o nosso, virou arte nas mãos do seu fundador, Leonardo Ruggio, que hoje em dia sequer sabe o número exato do seu acervo. As relíquias ficam expostas de maneira que a princípio soa como uma completa bagunça, mas ao acostumar o olhar você percebe que, na verdade, o caos foi minuciosamente pensado para ser admirado. E é: até em programa grande de televisão já foi parar, e lá existem fotos pra provar.

Museu Jeca Tatu

Atelier do Milton, dentro de um ônibus escolar

Museu Jeca Tatu

Acervo: discos, sacolas, quadros, gaiolas, lamparinas, roupas…

Museu Jeca Tatu

… garrafas, livros, raquetes, canecas…

Museu Jeca Tatu

… molduras, ventiladores, geladeiras, placas, grades, cadeiras!

Esse tipo de lugar causa muita reflexão em mim, que sou restauradora formada, preso horrorosamente pelo patrimônio histórico e artísticos seja ele material ou não, mas não tenho uma visão tão tradicional do assunto. Museus ainda são, infelizmente, instituições muito elitistas, não tanto pela acessibilidade, graças à grande popularização que tem acontecido em grandes centros urbanos, mas às vezes pela falta de informação que vem da raiz do problema… Prédios imponentes onde muitas vezes as pessoas sequer SABEM que podem entrar e sempre com muitas regras, porque é preciso de regra pra tudo na vida se quiser fazer funcionar. De repente, então, você tromba no meio da estrada com um que soa quase acidental, com famílias de patos e perus andando em meio aos itens expostos. É diferente e maravilhoso por ser diferente. Por outro lado não acho que seja inclusivo em outros aspectos, já que se trata de uma coleção difícil de se descrever para quem não pode enxergar, mesmo as fotos publicadas na internet nunca terão uma legenda descritiva à altura, e provavelmente de dificílimo acesso a quem usa cadeira de rodas, já que tem corredores apertados e entrada irregular… Aqueles prós e contras que é sempre importante destacar.

Museu Jeca Tatu

Mais acervo: lustres, miniaturas, rodas, troféus, brinquedos…

Museu Jeca Tatu

Entrada do banheiro feminino com direito a uma Branca de Neve de jardim

Museu Jeca Tatu

… muita música, nos mais diferentes formatos!

Museu Jeca Tatu

Principalmente discos. Discos de todos as épocas, de todos os tipos.

Além da exposição e lanchonete/restaurante em si, o Jeca Tatu tem também um cinema com capacidade para 300 pessoas, que não estava funcionando no dia e infelizmente não sei como é, circo, Fonte dos Desejos, ateliê de sucata e uma biblioteca móvel dentro de um ônibus escolar na estrada. Na verdade passando pela BR você consegue ver VÁRIOS desses ônibus na mais variada disposição na porta e tem até um lá dentro! Foi um “item” que me deixou encucada de como foi parar ali em tão grande quantidade.

Museu Jeca Tatu

Telhado LINDO, cheio de vinis pendurados!

Museu Jeca Tatu

Reportagem sobre Elton John, provavelmente da década de 80

Museu Jeca Tatu

Vista da capela pela entrada

Museu Jeca Tatu

Ônibus escolar (entrada permitida)

Ficou querendo conhecer? O Museu Jeca Tatu abre TODOS OS DIAS, das 8 às 18h, e é cobrado um valor simbólico na porta para visitantes. Eles recebem doações e mais itens caso você queira incorporar alguma antiguidade ao acervo e, de acordo com informações que andei lendo na internet, também realizam trocas (e até vendas), dependendo da disponibilidade do próprio dono. Para conhecer mais sigam no Instagram o perfil @museujecatatu!

Leia também: Nana ganhou uma trança, relato lindinho da Despedida de Solteira do mesmo casamento para o qual eu estava indo quando visitei o museu!

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  • Dai Castro

    Ahh que passeio interessante! Com certeza aquele tipo de experiência que é bacana se propor a fazer. Eu gostaria de fazer mais passeios culturais, quem sabe ano que vem eu consiga colocar em prática essa vontade que tenho há tanto tempo mas que sempre acaba ficando pra segunda, terceira opção de passeio…
    Ainda mais na sua área de formação visitar museus, acervos, deve ser uma experiência especial!
    Ahh quero muito começar a explorar Minas Gerais!
    Uma viagem seria incrível!
    Um beijo

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  • Paty

    Meu eu achei isso a cara da Maíra Medeiros! Conhece?
    Eu amo esse tipo de lugar e postagem! Sou dessas que compra coisas antigas e da aquela repaginada (alias e essa geladeira da foto? senhor quero uma), se não fosse tão longe de onde moro super faria uma visita e babaria nos achadinhos.

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  • Tati Lucindo

    Sou apaixonada por museus desde pequena, quando fui pela primeira vez no Museu do Ipiranga em São Paulo. Sou do interior de SP e na minha cidade tem apenas um museu abandonado que fechou, infelizmente, o qual eu nunca nem mesmo conheci. Mas, a vida me presenteou com a sorte de poder conhecer SP algumas vezes, e isso me fez ter o acesso aos museus e tê-los como uma paixão. Também amo antiguidades, então fiquei completamente encantada com as fotos. A máquina de escrever e a geladeira são meus itens favoritos dos que pude enxergar, mas queria muito conhecer o local pessoalmente, acho que ficaria horas analisando cada detalhe (que são muitos, pelo jeito) e fotografando.
    Também não posso deixar de citar que achei uma colocação muito importante você falar sobre a acessibilidade (ou a falta de) do local, confesso que muitas vezes esses detalhes passam despercebido pra mim quando vou a algum local, porque realmente sou privilegiada em não “precisar” pensar nisso, mas é algo que precisa sim ser verificado.
    Nem sei dizer o quanto gostei desse post, achei completíssimo e detalhado, me senti dentro do local com as fotografias e descrições.

    <3

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  • Luana Souza

    O ônibus, a geladeira azul, a máquina de escrever vermelha… eu ia morrer de amores num museu desses. Me lembrou muito as lojinhas que visitei quando fui em Diamantina (inclusive saudades dessas cidade e saudade de Minas gerais…).
    Além das fotos, eu adorei tudo o que você disse sobre acessibilidade (você tem propriedade pra falar disso hehe). Seria tão bom ter lugares assim mais perto de todo mundo.
    Espero que você consiga ir a mais locais assim e fazer mais posts nesse estilo <3

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