A Dama e o Vagabundo

A Dama e o Vagabundo

A Dama e o Vagabundo (Lady and the Tramp) *****
A Dama e o Vagabundo Elenco: Tessa Thompson, Justin Theroux, Kiersey Clemons, Thomas Mann, Janelle Monáe, Adrian Martinez, Arturo Castro, Ashley Jensen, Benedict Wong Bull, Marie Burke, Matt Mercurio, Yvette Nicole Brown
Direção: Charlie Bean
Gênero: Romance
Duração: 104 min
Ano: 2019
Classificação: 10 Anos
Sinopse: “A história de amor entre a Lady (Tessa Thompson), uma cocker spaniel mimada, e um vira-lata chamado Vagabundo (Justin Theroux), que salva a cadelinha do perigo de vagar sozinha perdida pelas ruas.” Fonte: Filmow.

Comentários: Adaptado da animação de mesmo nome lançada em 1955, A Dama e o Vagabundo é o primeiro nessa nova geração de live actions Disney produzido exclusivamente para plataforma de streaming da empresa, Disney+, prevista para estrear no Brasil em novembro de 2020 e já no ar em alguns países. Nele, Lady é o centro das atenções de sua família desde que Jim Querido a deu de presente para sua esposa, Querida, que são chamados pela cocker spaniel assim porque é como os escuta falar. Após o nascimento de Lulu, primeira filha do casal, ela começa a notar mudanças na rotina na casa e conhece um vira latas conhecido como Vagabundo, que tenta mostrar a ela que o mundo é muito maior que as cercas de sua vizinhança e que a vida nas ruas é melhor, apesar da instabilidade e o risco iminente de ser pego pela carrocinha.

O filme é muito fiel à animação no quesito visual e enredo, com algumas diferenças pontuais sem perder a essência da história. Por se tratar de um longa para “televisão” (nesse caso streaming, mas ainda assim uma mídia que não foi lançada nos cinemas) fiquei surpresa com o capricho da produção de um modo geral, os cenários são bonitos, atuações/dublagem impecáveis e computação gráfica dos animais caprichada em quase todas as cenas, são poucas as que ficaram artificiais. Uma grande reclamação do público em relação a “O Rei Leão” foi que as emoções das personagens se assemelhavam às reais do reino animal, e não de humanos como nos desenhos, e esse filme, por usar cachorros de verdade como parte do elenco, também é assim, o que para mim é uma vantagem. Na verdade acho muito problemático essa dificuldade que as pessoas têm de identificar sentimentos que não sejam humanos, como se esses fossem superiores. Talvez seja hora de mudar o próprio pensamento, e não as produções que tendem pro realismo…

Leia também: Aladdin, resenha do live action lançado pela Disney nos cinemas em maio de 2019.

A Dama e o Vagabundo

A Dama e o Vagabundo | Imagem via Collider

Apesar da fidelidade, os mais nostálgicos podem se incomodar com modificações pontuais. Algumas sutis, como a troca de gênero do bebê e de Joca, um dos melhores amigos de Lady (nessa versão, Jackline), outras mais inclusivas em mudanças de etnias, e em pontos necessários, para que a adição de 30 minutos de uma versão para a outra funcione de forma fluida. Nesse quesito “adaptação” a única coisa que senti falta realmente foi a exploração das características de cada raça, que no desenho aparece a todo momento causando cenas de humor e emoção. Não atrapalha, é só um detalhe, mas que foi bastante minimizado, infelizmente, porque era bem real.

Ainda no que diz respeito às diferenças, uma que poderia acontecer de forma maravilhosa, mas que infelizmente a Disney não soube aproveitar e deixou a situação ainda pior, foi a cena da canção dos siameses. Apesar de não dar raça a eles, o que foi bem legal, ao invés de suavizar a suposta rivalidade entre cães e gatos fizeram o contrário, os felinos foram retratados de forma ainda pior! É uma pena, porque o longa tem uma mensagem super forte de incentivo à adoção de animais de rua, tendo inclusive um recadinho nos créditos finais… Parte do elenco encontrado em abrigos, curiosidade que foi largamente divulgada justamente para mostrar a necessidade de resgatar animais domésticos sem raça definida, mas reforçando a ideia de que gatos são os malvados da história… Apesar do filme ter me emocionado muito em diversos momentos, principalmente porque AMO o original, fiquei bem chateada com isso.

E já que falamos de música… Num filme Disney tem como NÃO falar de música? Os outros números estão todos presentes, lindos como sempre! Kiersey Clemons, intérprete da Querida, tem uma voz linda quando canta a canção de ninar, que achei que seria minha maior decepção do filme ao ser alterada, mas à medida que o final foi chegando eles “corrigiram” de forma tão linda que o coração ficou até mais quentinho. O clássico “Bella Notte”, minha cena favorita(!), ficou mega romântica e emocionante, mas o grande destaque dessa versão nesse aspecto é “He’s a Tramp”, tema de Peg e seus amigos do canil. Se o resto já não tivesse lindo por si só esse pedacinho já valeria toda a experiência, ficou incrível!

Trailer:

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  • Sthefani Monteiro

    Ainda não assisti esse filme, mas confesso que era apaixonada no desenho e estou um pouco atrasadaaa!! vou correndo procurar, otimo post.

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  • Vanessa

    Eu quero muito assistir esse filme. Assisti somente o Rei leão da releitura dos filmes da Disney que foram relançados e achei lindo. A magia de quando assistia quando criança voltou e as produções estão impecáveis.
    Ansiosa para assistir esse também.
    Beijocas.

    https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/

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  • Julia Melo

    Ei Luly, adorei a resenha! Ainda não vi A Dama e o Vagabundo, por pura preguiça e não estar esperando tanto assim das releituras de filmes onde os personagens são animais. Mas já vi Alladin e fiquei encantada, então talvez separe um tempinho para ver este. Inclusive, li sua resenha de Alladin, adorei!

    Abraços,

    Julia.

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    • Luly Lage

      Eu achei Aladdin o melhor de todos os remakes em live action até hoje! Conseguiram ser fiéis à animação sem deixar de adicionar alguns diferenciais ou deixar o filme chato, né? Lindo, lindo!

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  • Gislaine Motti

    Oi, Luly! Tudo bom?
    Olha, eu vou precisar fazer uma confissão aqui e eu espero não ser muito duramente julgada. Vou falar rápido, porque talvez seja menos impactante e mais engraçado, maseununcaassistiadamaeovagabundo. De qualquer forma, tenho gostado muito dessa onda de “re-adaptações” que a Disney está fazendo dos clássicos, e acabo acompanhando mais essa nova geração do que a original.
    Abraços,
    Literalize-se

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    • Luly Lage

      Eu adoro os clássicos Disney, mas acho que essas readaptações são mais legais de assistir… Elas mantém a “magia” antiga, mas corrigindo certas coisas que eram aceitáveis antes, mas hoje não são mais. Melhor assisti-las mesmo!

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  • Nayandra Ramos | Último Biscoito

    Nossa, eu nem acredito que ainda não vi esse filme! Quando eu vi o cartaz, me deu uma nostalgia gigantesca da minha infância com os clássicos da Disney, é praticamente um presente para nós que hoje somos adultos e temos a oportunidade de reviver toda a emoção. Com toda a correria a gente meio que vai deixando de lado essas coisas né? Mas ler assim e saber as considerações de alguém que consegue comparar a obra original com a live action atual foi excelente!!! Preciso assistir hahaha ?

    Adorei. Você escreve muito bem!

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    • Luly Lage

      O problema desse filme é que a Disney+ ainda não saiu no Brasil, né… Só poderemos assinar aqui no fim do ano, então quase ninguém assistiu ainda. É uma burrice enorme deles, incentiva demais a pirataria, mas fizeram mesmo assim.

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  • Rubyane

    Acredita que eu nunca assisti a animação de A Dama e o Vagabundo? Essa sua analise me deixou com vontade de assistir!
    Confesso que não tenho vontade de assistir esse live action, mas fiquei feliz que o filme incentive a adoção. Uma pena que tenham falhado na representação dos gatos :/

    Adorei sua resenha ?

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  • Malu Silva

    Apesar de amar a história original de A Dama e o vagabundo eu ainda não assisti essa versão! Já está na minha lista, estou bem curiosa pra ver ??

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