#TBTCultural: Narrativas Femininas – Sou aquilo que não foi ainda

#TBTCultural: Narrativas Femininas – Sou aquilo que não foi ainda

Hora de dar um “Hello, hello, pessoal” para mais um #TBTCultural, dessa vez MUITO especial! Durante quatro meses, e com fechamento no último Dia Internacional da Mulher, a Fundação Clóvis Salgado, carinhosamente conhecida como “Palácio das Artes”, exibiu nas suas galerias de entrada franca a mostra Narrativas Femininas – Sou aquilo que não foi ainda, a 5ª Edição do Programa ARTEMINAS, que tem como objetivo apresentar artistas de Minas Gerais com o divulgando seus trabalhos para o grande público, buscando representatividade ao fazê-lo. Nessa exposição os focos foram artistas mulheres de diversos tipos, quatro grupos divididos em cinco galerias, cada uma focando num modo de produzir.

Visitei a exposição na última semana que ficou em cartaz como parte do curso livre oferecido pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica – CEFART, que funciona dentro do Palácio, chamado Conceitos e Materialidades: Narrativas Femininas. Nele visitamos e debatemos sobre o que as artistas ofereceram, sobre como o ser feminino foi apresentado de modo diferente por cada uma delas no primeiro dia, e produzindo nossa própria narrativa no segundo (no meu caso, uma colagem). E, claro, foi mais um caso em que registrei algumas coisas pensando em produzir conteúdo e acabei negligenciando, mas tudo bem porque isso tem sido incrível para matar as saudades de museus na quarentena através dessas retrospectivas.

EFÊMERA:

No pátio externo do Palácio, sem necessidade de entrar nas salas fechadas, está a Galeria Aberta Amilcar de Castro, onde são expostos grafites que, ao fim da exposição, são cobertos para que os próximos entrem no lugar. A arte urbana é Efêmera, e não podiam ter escolhido nome mais adequado para essa parte da mostra que esse. Ao invés de pensar com pena por saber que as obras “deixarão de existir” em breve o objetivo é aproveita-as ao máximo, apreciando como elas se compõe ao cenário local ao redor de portas, canos e lixeiras, por exemplo. Para alguns passa até batido, como se nem fosse parte de algo do tipo, mais são. Uma lição sobre reparar mais ao nosso redor e saber deixar ir, quando chegar a hora.

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Artistas participantes: Artêmis Garrido, Isabel Saraiva, Maria Clara Cheib e Mona (Amanda Vilaça).

Psiu! Pres’tenção! Por estar participando de um curso durante minha vista, estava mais focada nas discussões que estavam acontecendo do que no que produziria com ela depois. Por isso, e já me desculpo, não anotei nome de nenhum obra e nem autoria, então passo aqui uma lista completa das artistas de cada categoria para você vocês possam conhecer todas!

HÍBRIDA:

Materiais, formatos e discursos diferentes passam uma mesma mensagem com sua mesma bagagem. Híbrida, exposta nas Galerias Genesco Murta e Alinda Corrêa Lima, é arte contemporânea, sim, com todo embasamento teórico erudita presente por trás. Elas mostram ali o feminino físico, seja por esteriótipos de gênero, todos bem trabalhos e pertinentes, ou mesmo pelo fator biológico, explorando largamente a vulva e outras parte do aparelho reprodutor de uma fêmea humana. É um misto do trabalhado com o simples, do visual arcaico com o cristalino. Talvez o momento onde o fato da produção ser feminina está mais explícito pelo seu apelo físico e escancarado do corpo da mulher.

ATENÇÃO! ATENÇÃO! As obras a seguir podem apresentar conteúdo sexual!

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Artistas participantes: Carolina Botura, Giulia Puntel e Julia Panadés.

Assim, Como Acontece:

Por fim, do outro lado do pátio, que dá vista para o Parque Municipal, na Galeria Mari’Stella Tristão, o artesanato tomava conta das Narrativas Femininas em Assim, Como Acontece. Nessa parte grupos de bordadeiras e outras artistas trazem o aspecto cultural, nos mais diversos papéis que esperam de nós socialmente no local de onde cada uma delas vêm. É interessante pensar que, talvez, não seja tão óbvio que algumas daquelas obras são feitas por mulheres como na anterior, mas provavelmente para quem vive o mesmo contexto é, sim. E será que para essas pessoas, que têm um fazer artístico tão diferente e pessoal, as outras visões não deixam de ser óbvias também? Será que ser mulher não é diferente em todos os lugares, apesar de igualmente uma luta constante, como diz o poema de Teresinha Soares que dá o subtítulo “Sou aquilo que não foi ainda”?

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Narrativas Femininas

Artistas participantes: As Bordadeiras do Curtume, Coletivo de Bordadeiras e Vila Mariquinhas, Ana do Baú, Cássia Macieira, Dida, Enedina Gonçalves, Eva, Geralda Batista dos Santos, (Dona) Irene Gomes da Silva, Ivanete, (Dona) Izabel Mendes da Cunha, Maria de Lourdes, Maria Lira, Noemia Batista dos Santos, Rosana Pereira, Vicentina Julião, Zefa e Zezinha

Com curadoria de Uiara Azevedo e Marci Silva, a exposição estava presente também na Galeria Pedro Moraleida com o Acervo FCS: Mulheres, obras de grandes nomes femininos da arte mineira que que já pertencem à fundação, mas não cheguei a visita-la para mostrar o que havia por lá. De qualquer forma fica aqui e sempre o questionamento de o que é a arte feminina? Seria ela diferente da masculina, ou desvalorizada graças ao sexismo, somente? E, talvez por essa desvalorização, artistas mulheres, e pertencentes a outras minorias políticas, sintam tanta necessidade de mostrar através disso sua identidade, para que enfim seja valorizada e apreciada com equidade!

Veja também em vídeo:

Esse post faz parte também do projeto Vênus em Arte, um canal no Youtube que traz visibilidade feminina na história da arte! Sempre que pertinente, e fora do contexto de isolamento social, eu falo sobre as mulheres de exposições que frequento por lá, além dos vídeos apresentando movimentos artísticos e quem eram as artistas que faziam parte deles.

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  • Gil

    Saudades de ir no museu, né minha filha? Saudades de dar nossos rolês culturais. Adorei muito esse último mural de Efêmera.

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  • Erika Monteiro

    Oi Luly, tudo bem? Acho tão incrível quem gosta e admira artes independente qual seja. Não sei se já contei mas comecei a gostar desse universo quando tinha uns 15 anos se não me engano. Amo peças de teatro, apresentações de dança, balet, museus, exposições de obras de arte. Esse é um dos motivos que a cidade de Curitiba é uma das preferidas quando o assunto é cultura. A cidade tem uma diversidade grande de eventos culturais. Você nunca se sente entediado morando lá. Gostei muito dessa que você nos trouxe. Um abraço, Érika =^.^=

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  • Vitória Bruscato

    Luly como eu AMO esse quadro! Achei muito legal a proposta da exposição de dar visibilidade a todas as artistas que participaram, e adorei também todas as temáticas trabalhadas.

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  • Clayci Oliveira

    Amiga antes de mais nada preciso elogiar esse novo layout.
    Amei demais!!!
    Que demais esse espaço e a experiência desse curso deve ter sido incrível. Adorei a proposta da exposição.

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