Novos Rumos

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Novos Rumos

Olhei enquanto a gaveta do armário de arquivos abria e fechava lentamente, agora contando mais um papel com meu nome assinado em baixo. Ele tirou minha via de baixo do perfurador, que usava de peso para que o ventilador não fizesse todas as folhas voarem, e estendeu a mão para apertar a minha. Foi o que fiz, com um meio sorriso no rosto, demonstrando minha mistura interna de desespero e alívio. Quando fechei a porta ao sair, o vi jogando o papel carbono que usamos no lixo, sacudindo a cabeça como se não concordasse com o que havia acabado de acontecer.

Na portaria, o escriturário da sala ao lado fumava conversando displicente com o zelador do prédio. “Até segunda!”, eles gritaram, ao que respondi com um “Até!”, não queria explicar que não voltaria ali na próxima semana, e de preferência nunca mais.

A lâmpada principal da kit net estava queimada, o escuro parecia ser a calmaria que precisava pra fechar esse dia memorável.

Ondas de pânico me invadiram novamente. Talvez eu ficasse permanentemente sem luz se não tivesse dinheiro ara pagar as contas… Acendi o abajur e a máquina de escrever que ficava ao seu lado se iluminou imediatamente. Coloquei minha via do documento ali encaixada nele, como se tivesse acabado de redigi-la. Metaforicamente era o que eu havia feito: escrito a primeira das portas a serem abertas nesse processo insano de ir atrás do que queria de verdade. Pensei em correr pro computador e começar a colocar todos os meus planos em prática naquele momento mesmo (seria o mais prudente a se fazer) mas, por enquanto, pareceu muito melhor saborear essa mistura de sensações que o futuro sempre incerto trazia. Então me joguei na cama e perdida em pensamentos permaneci, até (algumas horas depois) o cansaço me fazer adormecer.

Esse post foi inspirado na proposta #11 do Creative Writing Prompts, que oferece mais de trezentas ideias legais para desenvolver sua escrita criativa. É o 22º entre os 25 que me propus a escrever até outubro de 2018.

Maresia

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Um ano depois…

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