E se eu mudar pro litoral…

E se eu mudar pro litoral…

Ano novo batendo na porta, aquele misto de temor e empolgação com o que está por vir. Alguns preferem ver como uma passagem de dia como outra qualquer, mas o sentimento de renovação é tão convenientemente mais gostoso e inspirador que melhor apostar nele mesmo, já que tá no ar. Porém prometer é fácil e desejar mais ainda, mas renovar pra valer são outros quinhentos… Não tem sete ondinhas puladas, caroço de uva guardado ou calcinha de tom específico que funcionem sem que a gente tome as rédeas do destino, né? Será que não é hora de fazer jus à frase “ano novo, vida nova”? E se eu for atrás de novos ares, rostos, paisagens, endereço? E se for longe daqui, ou pelo menos um “perto distante”, que dá um certo medinho, mas não é medo suficiente pra paralisar total? E se eu mudar pro litoral?

E se eu mudar pro litoral...

Sei lá, tantas viradas dizendo “Esse ano quero voltar a estudar!” pra no próximo 31 de dezembro essa parte do currículo continuar igual… Já passou da hora de fazer uma lista de faculdades com mestrado em história da arte, tirar o projeto do Word e transformar ideias em publicação. Ou esquecer tudo o que me disseram sobre não poder dar aula e engatar uma pós na área, ensinar adolescentes com os quais eu lido tão bem a ver pinceladas além do material. E aí, quando não aguentar mais corrigir provas estar perto o suficiente pra ir sujar os pés de areia enquanto limpo a cabeça… Ir fundo em busca de tudo isso ou mesmo nada disso, já vale a pena passar a usar meus maiôs tão queridos sempre ao invés de vez em quando, pra deixar essas pernas menos brancas e estimular a famosa Vitamina D em local muito mais prazeroso que a janela do quarto… E a respiração funcionando bem mesmo nos dias sem chuva, ah, seria essa a maior das vantagens? A alta umidade relativa do ar é, pra mim, o maior sinônimo de qualidade de vida que existe na Terra, não é à toa que o chamamos Planeta Água!

Sim, vida é doce perto do oceano, mas também pode ser quente… Pra driblar o calor a solução está além do Trópico de Capricórnio, onde o verão permanece de luz, mas o inverno permite a coberta e chocolate quentinho. Algum lugar com cor e som, cercada de gente sorridente e de ilha não deserta. Fazer uma busca por Imobiliária em Balneário Camboriú, quem sabe, onde a vista vai poder ser apreciada na maior roda gigante da América Latina, dando aquele inchaço de emoção interno de saber “Cheguei, eu tô aqui!”. E aí, quando os amigos vierem de longe visitar, a gente faz o típico passeio por navios piratas da cidade, admira o Cristo Luz quando brilhar à noite, aproveita ao máximo esse azul de céu e chão presente pra todo lado e que faz do litoral um ambiente sagrado… Viver o deleite de transbordar sentimentos em uma cidade tão canceriana quanto eu: taí um gostinho que seria bom saborear!

Dizem que casa é onde nossa alma está, e isso cada pessoa tem seu jeito de arquitetar. Pra mim é a WiFi que conecta automaticamente, minha caixa de maquiagens sempre à mão, uma gata preta de laço cor-de-rosa no pescoço esperando animada na porta a cada vez que chego, não importa quanto tempo fiquei fora. É saber lidar com os “ques” e “quens” estão longe dos olhos, mesmo que perto do coração, porque precisei de ir atrás do meu próprio lugar. Afinal a vida floresce, seja lá onde tiver solo firme pra criar raiz… Mas, cá entre nós, se é pra falar de construir um lar, melhor ainda que seja perto do mar!

Maresia

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Um ano depois…

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  • Rebeca

    Oi Luly!! Muito legal o seu texto, me fez lembrar da minha cidade Floripa, bem pertinho de Balneário Camboriú.. Se eu pudesse opinar, eu diria se joga.. pra todas as alternativas, a pós, dar aula, a praia!! Somente quando tomamos ação quanto a algo que queremos é que mudamos os nossos desejos de final de ano. Bora sair da inércia!! Gostei do seu texto. Beijo =)

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  • Gil

    Seria meu sonho ficar perto do mar nesse calor que tá fazendo? Já tem mais de 1 ano que eu não sei o que é praia.

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