Adoráveis Mulheres

Adoráveis Mulheres

Adoráveis Mulheres (Little Women) *****
Adoráveis Mulheres Elenco: Saoirse Ronan, Timothée Chalamet, Florence Pugh, Emma Watson, Eliza Scanlen, Laura Dern, Meryl Streep, Louis Garrel, James Norton, Bob Odenkirk, Chris Cooper, Tracy Letts, Jayne Houdyshell
Direção: Greta Gerwig
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Ano: 2019
Classificação: 10 anos
Sinopse: “As irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh) amadurecem na virada da adolescência para a vida adulta enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.” Fonte: Filmow.

Comentários: As quatro irmãs March podem ter crescido sob o mesmo teto, mas são bem diferentes entre si. Meg, a mais velha, é obediente e sonhadora, com objetivos de vida bem condizentes com o que se espera em sua época. Jo, protagonista da história, é impulsiva, tem personalidade forte e sonha em ser escritora, criando histórias que elas se divertem ao atuar. Beth é a mais conformada e Amy pensa alto, com objetivo de ser uma famosa pintora casada com um homem bem rico. Com o pai longe, lutando na Guerra Civil Americana, e a mãe se esforçando ao máximo para manter a própria família e as necessitadas que vivem ao redor com pão em suas mesas, as garotas chegam à vida adulta com vários dilemas e realizações típicas desse período ao lado do vizinho, e melhor amigo de Jo, Laurie.

Adoráveis Mulheres é a 8ª adaptação em longa metragem do livro “Mulherzinhas”, de Louisa May Alcott, e 3ª que assisto. As duas anteriores, uma de 1994 com Winona Ryder e Claire Danes e outra de 2018 que conta uma versão contemporânea da história, são bem semelhantes no que diz respeito à linha do tempo, usando inclusive duas atrizes para retratar a passagem de tempo de Amy, irmã mais nova. Essa nova versão, porém, foca um pouco mais na vida adulta das quatro, intercalando acontecimentos desse período com os de 7 anos antes, que as levaram ao ponto onde chegaram. Achei que isso “estragaria” o final, o tornando previsível, mas me enganei, o fechamento foi ainda mais bonito do que nas outras, digno do resto do enredo.

Adoráveis Mulheres

Imagem via Variety

De todos os pontos positivos dessa história o que mais me impacta é que tem uma personagem principal forte, mas com a qual é doído se identificar justamente por ser imperfeita. Jo é inspirada na própria autora da obra, mas não é só criativa, destemida e contestadora, um exemplo para meninas de seu tempo pensar “fora da caixinha”. Ela também sente raiva, inveja e sabe ser bem egoísta, e é o que a torna ainda mais incrível do que se fosse uma heroína perfeitinha e intangível… Ela é real! É crível, como nós que a admiramos também somos.

Desde a divulgação do longa, uma coisa era certa: o elenco de peso é o grande destaque dessa produção. Saoirse Ronan e Florence Pugh foram indicadas ao Oscar como Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, respectivamente, e realmente dão voz e rosto na medida certa às duas irmãs mais expressivas e ativas que são Jo e Amy. É impressionante como as duas são diferentes e, ainda assim, possuem a mesma gana de vencer naquilo que gostam de fazer. Elas conseguem brilhar mesmo estando ao lado de Laura Dern (que levou a estatueta de Melhor Coadjuvante por “História de Um Casamento”) e da incomparável Meryl Streep, que interpreta a rica e fria tia March. Até Emma Watson, cuja falta de expressão sempre me incomoda, foi escolhida na medida dessa vez! Fez um trabalho bem bonito, assim como todos os outros.

Porém, tendo esse foco na vida delas separadamente, um aspecto muito importante da história passou um pouco batido, que é justamente a relação e amizade das quatro irmãs. As brincadeiras de interpretar os textos de Jo aparecem com menos frequência, a amizade da protagonista com Laurie soa até mais importante que a delas entre si, e isso tirou um pouco o peso do drama final. Não torna o filme realmente ruim, mas é difícil definir qual dos momentos dele é o clímax, porque são vários ápices seguidos. Fora isso realmente achei impecável! Foi indicado a 8 Oscars, vencedor de Melhor Figuro com razão, visualmente também é bonito demais, do começo ao fim!

Trailer:

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  • Thaisa Andrade

    Eu vi o trailer desse filme a algum tempo e achei bem legal, amei o figurino também e a história me parece realmente muito boa.

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  • Vitória Bruscato

    Li sobre esse filme em algum blog, pela indicação ao Oscar, mas eu não fazia ideia que existiam outras “versões”. Achei legal saber, dá pra assistir e fazer um comparativo bacana.

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  • Polyana Pinheiro

    Eu queria muito ter visto o filme no cinema, mas devido a minha eterna mania de deixar tudo para depois, quando fui assisti-lo já não estava mais em cartaz. Eu, assim como a Vitória disse no comentário acima, também não sabia que se tratava da 8º adaptação cinematográfica do livro. Que bom que essa nova versão, apesar de ter “inovado” ao intercalar acontecimentos do passado e futuro e focar mais na vida adulta delas, não ficou para trás nem deixou a desejar nesse aspecto e te surpreendeu positivamente. Acredito muito na sua opinião, afinal, tem local de fala já que viu 3 versões desse filme, haha’

    Muito legal quando um filme ou livro tem personagens fortes e críveis pois assim conseguimos nos conectar mais a eles. Uma pena que o filme, entretanto, não tenha aprofundado na relação das irmãs. Quero muito ler o livro para tirar minhas conclusões e ver o filme para comparar as duas obras. Já que eu perdi a data de exibição nos cinemas, não tenho pressa… vou ler o livro antes de assistir. Só tenho uma dúvida… porquê será que eles mudaram o nome do filme em português e não usaram o mesmo nome do livro, assim como a versão original fez?

    Au revoir <3
    https://tecerfloresecheirarlivros.blogspot.com

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